Estou ansioso… mas, sinto-me bem.
Quantos de nós já viram uma criança ansiosa pelo Dia de Natal? Porém, todos consideramos que essa emoção é positiva. À semelhança de outros sentimentos, na ansiedade essa perceção está associada à gratificação/resposta positiva que esse sentimento nos traz.
Então e porque é que há pessoas que apesar de terem respostas positivas à sua ansiedade sentem mal-estar ou mesmo sofrimento físico ou psíquico?
Como Dan Gilbert defende, o nosso cérebro evoluiu para reagir a ameaças que tipicamente têm quatro caraterísticas: sejam intencionais; imorais; iminentes; instantâneas. Posto isto, cada indivíduo perante determinado assunto irá sentir um nível de preocupação ou ansiedade conforme percecione a gravidade de cada uma das premissas referidas.
Para melhor percebermos este conceito vamos abordar o “efeito vencedor”, onde os animais ou humanos (que ganham ou percecionam que ganharam) têm um aumento de testosterona, que os ajuda na motivação e na tomada de decisões de risco, ficando mais confiantes. De acordo com Ian Robertson quando a testosterona aumenta o nível da dopamina (o químico do cérebro que nos faz sentir bem e que é responsável pelo circuito de recompensa do cérebro) também aumenta. Quando a dopamina está elevada, afeta o nosso córtex pré-frontal, o qual é responsável pela nossa função executiva e onde temos os processos cognitivos mais importantes (resolução de problemas, planeamento, memória de trabalho), então conseguimos ver as opções que temos mais claramente e pensar mais rapidamente em situações de pressão.
O êxito e as vitórias também aumentam no sujeito os níveis de egocentrismo, reduzindo os níveis de empatia e como referido anteriormente, aumenta a probabilidade de correr maiores riscos para atingir objetivos cada vez mais elevados. Porém, não existem vitórias sem derrotas e aqui centra-se um dos maiores desafios da escola do Séc. XXI, ou seja, trabalhar com os alunos e suas famílias para que não considerem os seus sucessos como um talento inato em que se retiram todas as barreiras e se considera que o esforço para atingir resultados seja uma estratégia ineficaz. Para a redução dos níveis de ansiedade é fundamental que todos os atores da comunidade educativa estejam disponíveis para aceitar desafios psicopedagógicos que decorrem da evolução científica e que todos aprendam a persistir perante os obstáculos e no qual o esforço é especialmente premiado.
Retornando à frase que abriu este pequeno artigo: é fundamental que estejamos disponíveis e habituados a sair da nossa “zona de conforto” para evoluirmos saudavelmente sem todos os sintomas negativos que o stress e a ansiedade nos trazem.
Por fim deixamos-vos a frase de Denis Waitley: “o fracasso deveria ser o nosso professor e não o nosso coveiro. O fracasso é adiamento, não uma derrota. É desvio temporário, não é um beco sem saída. Fracasso é algo que nós só podemos evitar não dizendo nada, não fazendo nada e não sendo nada”
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